Segundo uma das produtoras pioneiras na inclusão, o mais importante é construir elos genuínos entre o público e as personagens exibidas nas telas
Em um mercado saturado por conteúdos audiovisuais em multiplataformas, a busca por autenticidade exige muito mais do que pesquisa. Quem faz essa análise é Paulinha Azevedo, fundadora da Proud, uma produtora de casting que se destaca na busca, seleção e coordenação de elenco especial, formado por atores e pessoas da vida real com potencial para se tornarem novos atores, para lmes, séries e peças publicitárias.
Acreditamos que a representatividade precisa ser real. Por isso, imergimos no universo de cada produção e muitas vezes mesclamos atores com novos talentos — sejam eles locais ou especialistas em determinados contextos — para garantir naturalismo e fidelidade na composição das cenas.
Não temos receio de explorar novos territórios. Nossa equipe está sempre motivada a solucionar desafios de forma eficiente e estratégica, indo além do simples cumprimento de uma OD. Desde a pré-produção, encaramos o elenco como um pilar fundamental do projeto, oferecendo soluções assertivas que evitam estereótipos e refletem com autenticidade a essência da narrativa.
Na PROUD, cada escolha é feita com propósito. Mais do que contar histórias, queremos transformá-las em experiências autênticas e inesquecíveis.
Com mais de 14 projetos de conteúdo realizados entre séries e longas nacionais e internacionais, Paulinha, que é natural do Mato Grosso do Sul, percebeu que, apesar dos avanços já conquistados, muitos estereótipos ainda são reforçados. Por isso, mais do que nunca, é preciso destacar que a diversidade não pode ser reduzida a meros símbolos a serem comercializados.
“É fundamental conhecer quais os contextos em que a personagem e o universo apresentado estão inseridos, para impactar de forma expressiva e genuína a conexão do público com a obra. Cada talento traz em essência, olhares e vivências únicas e se não tivermos curiosidade e paciência para explorá-las e escutá-las, nem deveríamos estar contando essas histórias. O risco de distorcer a realidade e criar um imaginário coletivo falho, inclusive, pode gerar críticas, principalmente por quem deveria se sentir prestigiado”, afirma Paulinha.
“Segundo Paulinha, quem trabalha no setor sabe que, embora a discussão sempre esteja em alta, na prática isso não se reete dentro dos bastidores, principalmente quando falamos de publicidades que incluem em seu elenco representatividade que nunca tiveram contato com a dinâmica da indústria audiovisual
A Proud Films surgiu em meio à pandemia, após diversas experiências que Paulinha e Sarah Lessa acumularam nas mais variadas funções durante suas trajetórias no mercado audiovisual. Com formações distintas — Paulinha em marketing, produção executiva e roteiro, e Sarah em teatro, dramaturgia e atuação —, ambas entenderam a necessidade de criar a Proud para combater o apagamento cultural e a exclusão sistemática de existências invisibilizadas.
“No conteúdo, percebemos que as produtoras nacionais buscam cada vez mais narrativas que destacam a vivência dos sub-representados. No entanto, produções de streaming internacionais ainda têm uma visão limitada, com escolhas de elenco e narrativas influenciadas por padrões comerciais e hollywoodianos, resultando em roteiros genéricos e personagens repetitivos. Diante disso, vemos que a Proud pode colaborar amadurecendo não só a gestão desses talentos, mas também atualizando as referências do mercado”, afirma Paulinha.
Entre os filmes e séries que contaram com a colaboração da Proud, destacam-se:
“A Divisão” (GloboPlay) — parceria com o AfroReggae, mesclando policiais reais com ex-egressos do sistema penitenciário;
“Pedaço de Mim” (Netflix) — coordenado por Paulinha Azevedo, anunciado como concorrente do prêmio latino Rose d’Or Latinos 2025;
“O Ninho” (Netflix) — concorrente ao prêmio latino na categoria documentário;
“Fuja se For Capaz” (Gloob) — programa de gincana infantojuvenil, com participação de Paulinha na seleção de participantes.
Mesmo encontrando grandes oportunidades para mostrarem seu trabalho, Paulinha e Sarah ainda enfrentam um mercado misógino, machista e homofóbico em situações do dia a dia da produção de uma série ou filme.
“Apesar da tendência de trazer diversidade, o mercado audiovisual ainda se limita a estereótipos. Cabe a nós lutarmos para construir representações autênticas e pluralizadas, apresentando diversos arquétipos sobre um mesmo perfil, e não apenas uma representação para cumprir cota”, enfatiza Paulinha.
Sarah complementa: “Entrar em uma indústria que não foi feita para nos receber nunca foi fácil. Ainda é dominada por um grupo muito específico: homens, brancos e conectados pelos mesmos privilégios. Mas estou aqui para furar essa bolha e trazer os meus comigo”.
No setor publicitário, Paulinha e Sarah perceberam uma demanda ainda maior por representatividade.
“A melhor forma de representar é trazer autenticidade para a personagem. Já trabalhei com bandas de roqueiros reais, famílias completas, músicos de orquestra, dançarinos de funk, jogadoras de vôlei profissionais e até mesmo um caboclo de lênca do maracatu rural. Integrá-los ao processo é uma inovação”, diz Paulinha.
Para 2025, a Proud quer expandir sua produção de elenco para além do eixo Rio-São Paulo, promovendo maior representação de atores de fora das capitais audiovisuais do Brasil.
“Nossa pesquisa de talentos é contínua, e nossa meta para 2025 é ampliar essa inclusão. Queremos evidenciar que a diversidade não deve ser encarada apenas como um conceito de imagem, mas como um pilar essencial de construção”, finaliza Sarah.
Nossoobjetivo da Proud é conduzir elos genuínos entre o público e as personagens representadas nas telas.
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